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A polêmica da Shein: moda sustentável versus exploração humana

A polêmica da Shein: moda sustentável versus exploração humana

A Shein, marca chinesa de fast fashion que ganhou uma enorme projeção nos últimos tempos, recentemente se envolveu em uma polêmica relacionada a uma investigação sobre as condições de trabalho e valores pagos aos funcionários de suas fábricas.

Um dos grandes atrativos da marca são os baixos preços praticados, além da variedade de produtos, que vão desde itens de vestuário e acessórios a utensílios domésticos e objetos de decoração.

Essa polêmica reacende a discussão sobre moda sustentável e consumo consciente, que buscamos trazer para este conteúdo. Confira a seguir!

A investigação sobre a Shein

De acordo com investigação da emissora britânica Channel 4, trabalhadores de fábricas que fornecem para a Shein estariam cumprindo jornadas de até 18 horas, produzindo uma média de 500 peças por dia e recebendo cerca de 1 a 4 centavos por peça, com direito a apenas uma folga mensal. Além disso, se o trabalhador comete algum erro na produção, pode haver desconto em seu salário.

Tais condições violam as leis trabalhistas da China, caracterizando exploração de trabalhadores. O canal enviou uma repórter disfarçada para filmar dentro de duas fábricas, e os relatos foram transformados no documentário “Untold: Inside the Shein Machine”, produzido pela Zandland Films e disponibilizado no serviço streaming da Channel 4.

Um porta-voz da Shein rebateu as acusações, por meio da seguinte nota enviada aos portais internacionais:

“Estamos extremamente preocupados com as alegações apresentadas pelo Channel 4, que violariam o Código de Conduta acordado por todos os fornecedores da Shein. Qualquer descumprimento deste código é tratado rapidamente e encerraremos parcerias que não atendam aos nossos padrões. Solicitamos informações específicas do Canal 4 para que possamos investigar. Os padrões de Fornecimento Responsável (SRS) da Shein impõem aos nossos fornecedores um código de conduta baseado nas convenções da Organização Internacional do Trabalho e nas leis e regulamentos locais, incluindo práticas trabalhistas e condições de trabalho. Trabalhamos com as principais agências independentes, como TUV, SGS, OpenView e Intertek, para realizar auditorias sem aviso prévio nas instalações dos fornecedores.”

Essa não foi a primeira vez que Shein foi acusada por práticas trabalhistas ilegais. Além disso, a empresa já recebeu outras acusações por uso de alto nível de produtos químicos e tóxicos em suas roupas, cópias de designers independentes e manuseio inadequado dos dados de seus clientes. 

Ainda assim, os preços baixos e a produção rápida e em larga escala contribuem para que ela tenha forte adesão do público, tendo se tornado uma das maiores fast fashion do mundo. 

Moda sustentável e consumo consciente

A indústria têxtil é uma das que mais impacta o ambiente, tanto por conta dos resíduos gerados na produção de roupas, desde o plantio da matéria-prima, passando pelos produtos químicos usados na confecção das peças; quanto do descarte posterior de itens de vestuário que deixam de ser utilizados. 

Tendo isso em mente, precisamos levar em consideração o fato de que a indústria da moda é uma das que mais cresce no cenário mundial, junto com a indústria tecnológica. O consumo desenfreado acabou propiciando o crescimento das chamadas fast fashion, que criam tendências momentâneas, lançando coleções de maneira constante para impulsionar as vendas. 

Embora esse processo de produção acelerada barateie o produto final, democratizando o acesso à moda, isso desencadeia alguns problemas sérios, como o aumento de lixo gerado e do impacto ambiental causado, além de questões relacionadas às condições de trabalho dos envolvidos na produção das peças.

Diante desse cenário, algumas marcas e consumidores têm buscado mudanças, de modo a prezar a sustentabilidade. A moda sustentável — também chamada de eco fashion — visa uma cadeia de produção mais limpa, utilizando mais materiais orgânicos e/ou ecologicamente corretos, e também reaproveitando materiais que seriam descartados. Além disso, preza pela valorização dos trabalhadores envolvidos na cadeia de produção, com remuneração justa e condições de trabalho adequadas. 

Na contramão das gigantes de fast fashion, algumas marcas menores vêm praticando o slow fashion. Outra tendência que está ganhando força nesse cenário, no intuito de reverter ou minimizar os danos causados pela indústria da moda, é a de brechós, inclusive on-line — acompanhando os hábitos de consumo da atualidade, em que cada vez mais pessoas compram roupas em ambientes virtuais.

O objetivo dessa moda sustentável é produzir peças com mais qualidade, durabilidade e versatilidade, de modo a estimular o consumo consciente. Este, por sua vez, consiste na proposta de comprar menos peças com mais possibilidades de uso. 

E se as peças duram mais, há mais chances de serem passadas para frente quando ainda estão em bom estado, o que justifica a popularização dos brechós, onde podem ser encontradas peças de boa qualidade — inclusive itens de luxo — por um preço mais amigável, aumentando a vida útil dessas peças.

Sabemos que não é todo mundo que tem possibilidade de escolha sobre o que ou onde comprar itens de vestuário, especialmente pelo fator preço. Contudo, esse processo de conscientização, tanto por parte da indústria quanto dos consumidores, é importante para que haja mudanças positivas nesse cenário em médio e longo prazo.

Uma proposta que pode fazer muito sentido nesse contexto é a do armário cápsula, tendência do momento no mundo da moda, que vem ganhando um número crescente de adeptos. Em linhas gerais, consiste em montar um armário com um número limitado de peças que combinem entre si, prezando pela qualidade e praticidade na hora de se vestir, com looks mais sóbrios e atemporais.

Outro aspecto muito importante a ser considerado neste cenário é o da educação financeira, que pode ajudar muitas pessoas a fazerem melhores escolhas, aderindo ao consumo consciente e dando preferência para marcas que praticam a moda sustentável.

No módulo 5 do curso Armário Perfeito você aprende “Como identificar se uma roupa é de qualidade: preços, tecidos e acabamentos” e no módulo 6 “Construção de cápsula e limpeza de armário”. 
Se você quer aderir ao consumo consciente, mas não sabe por onde começar, essa pode ser uma excelente maneira de dar os primeiros passos. Além disso, no Armário Perfeito você vai passar por todas as etapas de uma consultoria completa de imagem e estilo, com aulas on-line e suporte individualizado via WhatsApp. Se você ficou interessada, inscreva-se na lista de espera do curso!

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